
No último sábado, 10 de maio de 2025, o 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (BI Mtz) — Batalhão Hermes Ernesto da Fonseca — promoveu uma jornada especial de instrução histórica e patriótica dedicada aos estagiários da ADESG (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra), aos cadetes do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar de Alagoas (CFO-PMAL) e aos alunos do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR). As atividades marcaram o encerramento das comemorações pelos 80 anos da vitória da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial.
A programação teve início com uma palestra ministrada pelo Tenente-Coronel José Cavalcante de Carvalho Neto, Subcomandante do 59º BI Mtz. Em sua explanação, o oficial conduziu os participantes por um panorama histórico detalhado da Segunda Guerra Mundial, enfatizando o contexto geopolítico que levou o Brasil ao conflito, o surgimento da Força Expedicionária Brasileira e os principais combates enfrentados pelo contingente nacional na campanha da Itália.
A apresentação contextualizou a criação da FEB como resposta direta à intensificação dos ataques de submarinos alemães a navios mercantes brasileiros, destacando marcos como o afundamento do navio Taubaté, o impacto do Tratado de Versalhes, a crise de 1929, o nacionalismo do Estado Novo e a célebre frase que virou símbolo da vitória: “A cobra vai fumar”.
O oficial detalhou ainda a estrutura da FEB, a adaptação às doutrinas militares americanas, as dificuldades logísticas e os feitos heroicos em batalhas como as de Monte Castelo, Castelnuovo, Collechio e Fornovo di Taro, onde o Brasil capturou mais de 14 mil soldados alemães, uma das maiores rendições recebidas por uma tropa latino-americana.
Presenças e valorização dos futuros quadros de liderança
A atividade foi prestigiada por autoridades civis e militares, com destaque para:
Coronel André Horta Piancó, Assessor Institucional do 59º BI Mtz;
Coronel Gerônimo Carlos do Nascimento, Delegado da ADESG em Alagoas;
Tenente-Coronel Márcio Robério de Oliveira Lima, Comandante do 59º BI Mtz;
Professor Luiz Ângelo Albuquerque Cavalieri, Vice-Delegado da ADESG-AL;
Professora Gedalva Cavalcanti dos Santos, Conselheira da ADESG-AL;
Marcelo Barros, editor-chefe do Defesa em Foco.
A presença de estagiários da ADESG, cadetes da PM-AL e alunos do NPOR foi o ponto central da iniciativa, reafirmando o papel da formação cívico-militar na preservação da memória nacional. Jovens futuros líderes puderam, na prática, refletir sobre o legado estratégico, ético e patriótico da FEB, estreitando laços com a história que moldou a identidade do Brasil como Nação soberana.
A jornada prosseguiu com uma visita histórica ao Forte São João, estrutura militar iniciada em 1818 com o objetivo de defender o litoral alagoano contra possíveis invasões marítimas. O local foi transformado, ao longo dos séculos, em enfermaria, quartel, sede da 20ª Companhia de Infantaria e hoje abriga a base administrativa do 59º BI Mtz.
Os visitantes foram guiados pelo Sargento Luciano, que apresentou também a Capela de Nossa Senhora da Conceição, construída com o incentivo do próprio Duque de Caxias, Patrono do Exército. A arquitetura modesta da capela guarda simbolismos profundos, como as colunas que representam os apóstolos Pedro e Paulo, e o símbolo da concha acima da porta — metáfora de Maria como guardiã da Pérola da humanidade, Jesus Cristo.
Na sequência, os participantes percorreram as três salas do Museu da Segunda Guerra Mundial, incluindo:
Sala Cultural do Batalhão – com linha do tempo desde a criação do 59º BI
Sala da Segunda Guerra Mundial – com busto da fundadora Major Elza, cujas cinzas repousam no local como último desejo
Sala de Armamentos e Comunicações – com capacetes, uniformes, rádios e armas utilizadas pelos brasileiros na Itália
Uma formação com raízes na história e olhos no futuro
Ao encerrar as atividades comemorativas dos 80 anos da vitória da FEB com formação orientada aos estagiários da ADESG, cadetes da PM-AL e alunos do NPOR, o 59º BI Mtz reafirma sua missão como escola de civismo, história e patriotismo. Os jovens participantes saíram enriquecidos com exemplos de bravura, sacrifício e liderança, pilares fundamentais na construção de um Brasil soberano e justo.
A história dos nossos pracinhas, agora renovada na memória de novos líderes civis e militares, permanece viva e inspiradora — não apenas como passado heroico, mas como compromisso com o futuro do país.
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